USP “Em Greve” ???

Balela, gente. É tudo balela! A USP não está em greve. Alguns alunos, junto dos funcionários, decidiram fazer greve. Eles tem os motivos -descordenados, desconexos e desviados – para fazer tal tipo de mobilização. Mas isso não quer dizer que a Universidade parou.

A ação da PM, há duas semanas atrás, foi extrema, mas não foi ilegal. A PM não funciona pelo diálogo, funciona por ações táticas e respostas a ameaças. A PM tratou os alunos da USP do mesmo jeito que trata uma torcida baderneira do Corinthians ou do São Paulo. Deve ter sido isso que irritou tanto alguns alunos de lá.

Sou aluna daquele local, por isso, sei dizer que passar na Fuvest não faz bem para a cabeça da maioria. Os egos inflam logo no dia da matrícula, lógico, você passou no vestibular mais difícil da “Melhor Universidade da América Latina”, parabéns! Isso sobe a cabeça, e os alunos começam a achar que estão acima dos cidadãos comuns do planeta.

Os funcionários, por outro lado, tentam sempre agariar forças do Movimento Estudantil. Sozinhos, não tem poder de barganha. Ou seja, aumentam o poder na cabeça dos pobres estudantes uspianos.

Como assim, a PM tratou os “estudantes da USP” como trata a qualquer outro da rua? Isso é censura? Repressão? Ilegal?Violência gratuita?

Não, não é nada disso. É apenas uma tática. É apenas um treino. Policiais são treinados para fazer isso. Não se trata do que é justo, ou do que é “politicamente correto”. PM´s usam capacetes, escudos, coletes anti-balas não servem para discutir. Eles não fizeram nada contra aquilo para que são treinados, aquilo para que trabalham!

A discussão que deve ser levada em pauta é: por que Suely Vilela – a reitora- decidiu chama-los? Por que chegou a este ponto?

Muitos motivos, muitos lados errados. Entendam, assim como a ação de chamar a PM foi extremada, a ação dos grevistas foi exagerada: trancar o portão de frente da Cidade Universitária (local em que passam muitos carros que nem pertencem a alunos ou professores, pertencem a cidadãos comuns “não-uspianos”); fechar as bibliotecas; tentar invadir a reitoria.

Os uspianos são tão fechados em si mesmos, em suas grandezas de inteligência, ou de pseudo-conhecimento, que esquecem que a instituição em que estudam é financiada por dinheiro público, e é voltada para ele. Autonomia é diferente de liberdade.  A USP não pode esquecer quem a financia, e para quem deve prestar contas.

A PM veio para avisar que, embora sejamos nós, os uspianos, os principais usuários da Cid. Universitária, ela pertence a todo mundo.

Violência por violência, me sinto muito mais agredida quando sou impedida de entrar em uma biblioteca, ou em um dos restaurantes universitários, ou de assistir alguma aula (a ECA fica do lado do Sintusp – Sindicato dos Func. da USP, ou seja, qnd tem manifestação, não se tem aula…o barulho não deixa), que por uma fumacinha de PM.